IT POP: “Os primeiros passos de Bridgit Mendler”

Saiu a primeira resenha brasileira, do álbum “Hello My Name Is …”. O site It Pop, comentou faixa a faixa do CD, contando as músicas da versão deluxe. Abaixo, você pode conferir a resenha.
Nos últimos anos, a emissora Disney Channel revelou diversos nomes para o cenário musical, como Ashley Tisdale, Hillary Duff, Vanessa Hudgens, Miley Cyrus e Jonas Brothers, porém, a emissora e sua gravadora Hollywood Records, sempre erraram feio em um fator: divulgação. Antes de trabalhar em um álbum com um determinado artista, eles tentam mantê-lo no topo de suas programações, dando aquele empurrão básico, aí lançam um primeiro single e, se o artista em questão tiver sorte, conseguimos conferir um álbum de estreia e talvez outros dois ou três singles.

É óbvio que existem exceções, como os já citados Jonas Brothers e a Miley Cyrus, por exemplo, mas também temos casos em que o material acaba quase que descartado após seu lançamento, mesmo sendo bom, tipo o “Unbroken” da Demi Lovato e o “When The Sun Goes Down” da Selena Gomez. Recentemente tive a oportunidade de conferir o trabalho de estreia de mais uma artista lançada pela Disney/Hollywood Records e estou torcendo muito para que ela não acabe como um desses casos de desinteresse, até porque seu primeiro CD é ótimo. Eu estou falando da Bridgit Mendler, conhecida por seu papel na chatinha “Boa Sorte, Charlie” e seu disco de estreia, “Hello My Name Is…“. Confira abaixo nossa resenha faixa-à-faixa do material!

01. “Ready or Not”
Esse é o carro-chefe do disco. De início, já temos aqui uma vantagem de Bridgit sobre nomes como Selena Gomez e Demi Lovato: seu primeiro single não é imaturo. “Pronto ou não, aqui vou eu. Onde está você? A noite será longa“, canta a loira em seu refrão. Outro ponto que também conta como positivo aqui é a forma com que Bridgit trabalha em seus vocais, que de início me lembrou da britânica Jessie J.

02. “Forgot to Laugh”
Ainda um passo à frente de algumas Disneystars, “Forgot to Laugh” é algo que cairia muito bem nas mãos de alguém como Taylor Swift. As batidas passam aquela sensação de filmes adolescentes da Sessão da Tarde, mas a letra mantém a maturidade da coisa. Mais uma vez: que voz linda!

03. “Top of The World”
Deixando um pouco das batidas de soundtrack da Sessão da Tarde, “Top of The World” começa com uma coisa meio R&B/Soul, só que casando com a proposta que Mendler apresenta nas primeiras canções. “Pegue a corda e suba, feche seus olhos, o amor vai de levar lá em cima, vamos nos sentar no topo do mundo“.

04. “Hurricane”
Sabe “Price Tag” da Jessie J? E “Oath” da Cher Lloyd? E a rapper Becky G., conhece? Então! Mantendo o clima bonitinho do começo do álbum, “Hurricane” é mais uma canção de amor, mas traz um pouquinho de tudo o que acabei de citar e a moça ainda manda umas rimas! Uma das mais legais do CD, sem dúvidas.

05. “City Lights”
Acalmando os ânimos, “City Lights” é a primeira baladinha do CD. Entre violão, violino, teclado e uma percussão tímida, a letra da canção diz “toda vez que você pensar que perdeu seu brilho, lembre-se que não há nada mais brilhante [que você], você é a luz da cidade“. Perto do seu fim, a canção ganha ainda um toque com sintetizadores e se torna quase impossível esquecer do “shine into the night night night oh“.

06. “All I See Is Gold”
Humilhando mostrando um pouco mais de sua potência vocal, “All I See Is Gold” é uma baladinha mais assumida que sua amiga acima. Talvez por contar com um instrumental ainda mais calmo, a canção aparenta ser um pouco mais emotiva que qualquer outra CD e Bridgit canta sobre seu próprio Midas: “When you hold my hand, I don’t feel anything. All I feel is cold, all I see is gold“. O vocal lembra a Demi Lovato, o que é muito bom.

07. “The Fall Song”
Gente, tem como não amar?! Nesta canção, tudo começa com um clima pseudo-feliz, que lembra facilmente o instrumental de “Kill My Boyfriend” da Natalia Kills ou “Fidelity” da Regina Spektor, mas a faixa ganha um pouco mais de melancolia perto do refrão e tem até um coral, enquanto ela canta sobre estar caindo aos pés do garoto e sentindo como se estivesse no chão, com árvores caindo em cima dela. Não sei se funcionaria como single, mas cumpre um bom papel no álbum num contexto geral.

08. “Love Will Tell Us Where To Go”
Temos aqui mais uma baladinha, mas não a melhor do CD. Aqui as batidas parecem não acontecer, porém, em compensação temos mais um show de vocal. A letra também é bonitinha.

09. “Blonde”
Apresentando algo mais pop outra vez, essa canção é quase uma versão menos acelerada de “Ready or Not“. Aqui os vocais voltam a nos remeter à Jessie J, enquanto a canção flerta com um reggae e mais alguma coisa radiofônica. Essa é uma das que funcionariam bem como single, sim ou claro?

10. “Rocks at My Windows”
No começo, tenho a impressão de que essa canção deveria ser algo para o Natal, mas logo essa impressão é afastada, quando surgem os primeiros versos da letra. Nessa, Bridgit canta sobre estar sexta-feira em casa, torcendo para que o rapaz vá bater em sua janela e convidá-la para algum programa mais interessante do que está fazendo. Meio filler, né?

11. “5:15”
Trazendo de novo uma dose de tristeza, em “5:15” Bridgit mostra quem manda na relação e diz que não esperará o rapaz nem um minuto além das 5 e 15. O instrumental dessa é quase que uma versão ~moderna~ para “Mad About You” da Hooverphonic. Me gusta.


12. “Hold On for Dear Love”
Em sua versão standard, é aqui que o álbum termina. Mais uma vez, se torna quase inevitável não se lembrar da Demi Lovato — pra ser mais exato, algo próximo de “Lightweight” ou “Fix A Heart“, do Unbroken. Talvez não funcione muito bem após “5:15“, mas a canção é muito boa. Lembre-se de escutá-la quando estiver naquela fossa!

13. “We’re Dancing”
Dando oi para a versão deluxe, conhecemos “We’re Dancing“. Fugindo completamente de tudo o que escutamos no CD anteriormente, a canção é um dark-pop daqueles! Por mais que as batidas iniciais, contidas e acompanhadas por um sino, passem uma sensação de calmaria, o refrão mostra o quão potente é a faixa e nos surpreende com riffs de guitarra, sem contar na Mendler investindo em notas mais graves. Fiquei imaginando como isso ficaria nas mãos da Katy Perry.

14. “Postcard”
Em contrapartida à canção anterior, “Postcard” utiliza bastante do que já conferimos no início do álbum, mas ainda conta com detalhes inéditos aqui ou ali. Aqui as batidas também são contidas e a faixa me lembra, vagamente, “More Than A Memory” da Carly Rae Jepsen.

15. “Quicksand”
Concluindo o disco, chegamos à baladinha “Quicksand“. Quase que acompanhada apenas do piano, aqui Bridgit tem outra chance de mostrar um pouco mais de seus vocais e de seu lado mais emotivo. Sei que é chato ficar comparando o tempo todo, mas essa lembra bastante “Skyscraper“, da Demi Lovato, se tiver metade da popularidade que a baladinha da Demi teve, pra mim já está ótimo.

Resumindo: talvez ainda seja cedo pra prevêr uma possível explosão de Bridgit e suas músicas nas rádios, mas tenho certeza de que um dia isso acontecerá. “Hello My Name Is…” é um álbum homogêneo e, por mais que traga toda uma inocência em suas letras, consegue mostrar uma maturidade que não encontramos em muitas Disneystars mais velhinhas. O álbum é muito bom e no fim conclui seu objetivo, que é apresentar a Bridgit para o mundo. Já aguardo ansioso por seus próximos lançamentos!
 Créditos: Bridgit Brasil